Poaenses temem fechamento do CAPs

A sessão da Câmara Municipal de Poá desta terça-feira (30) teve de ser suspensa para que  funcionários e usuários do Centro de Atendimento Psicossocial (CAPs) da cidade pudessem expor a atual situação de incerteza que vive o órgão, cujo fechamento teria sido anunciado pelo Executivo, já que o contrato com a empresa Caminho de Damasco termina no começo deste mês. Além do fato de alguns já terem sido dispensados, os funcionários, que foram representados pela médica Cátia Rocha, participaram da sessão em forma de repúdio aos últimos acontecimentos na Saúde da Cidade. “As pessoas que fazem acompanhamento de doenças mentais não sabem o que vai acontecer com elas e já não temos quase nenhum medicamento na farmácia e não existe ordem de compra, já que o contrato com a outra empresa termina esta semana”, frisou ela, ainda sem saber qual será o futuro dos 39 colaboradores das unidades após o término do contrato com a Caminho de Damasco. 

Os vereadores ouviram atentamente cada detalhe das reivindicações, inclusive um paciente falou na tribuna que faz uso de medicamento e acompanhamento contra o vício de drogas. Ele se disse satisfeito com o tratamento, que não pode parar. Já outra pessoa que estava na plateia informou ter doado uma cartela de remédio para uma vizinha que teria “surtado”, já que não conseguiu o medicamento. “Isso é um absurdo, as pessoas estão surtando por falta de remédio, é preciso resolver isso logo”.

Com o plenário lotado e diante da situação caótica, foi difícil para o presidente da Câmara, Diogo Reis da Costa (PTB), o Pernoca, voltar à sessão normal. Vários vereadores confirmaram já terem enviado documentos como requerimentos, ofícios à Secretaria de Saúde, mas até o momento não receberam nenhuma resposta convincente.

O vereador e presidente da Comissão de Saúde da Câmara, Saulo Teixeira Alberto da Costa (DEM), o dr. Saulo Dentista, disse que esteve com a secretária da Saúde e com o secretário de Administração da cidade, em conversa informal, onde obteve algumas informações. Segundo ele, a secretária disse que os CAPs (são dois na cidade) não serão fechados, mas as unidades serão geridas por  funcionários concursados, que serão remanejados do Pronto Atendimento Guido Guida, que também será administrado por uma nova empresa, que está sendo contratada. “Ainda serão direcionados funcionários concursados para as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), que passarão a atender 12 horas, são elas: Calmon Viana, Wellington Lopes, Nova Poá e Vila Varela”, explicou ele.   

Dr. Saulo Dentista durante a sessão/Foto: Vania Sousa

Foram enviados dois requerimentos à Secretaria de Saúde de Poá, um do vereador dr. Saulo Dentista e outro do vereador Dr. Saul Souza (Avante), um pedindo informações sobre o Caps e outros assuntos, e outro somente sobre o CAPs, respectivamente. Contudo, Saulo Dentista disse não ter recebido respostas ainda; já o outro documento, do dr. Saul, foi lido na sessão e informava que os CAPs não seriam fechados.   

Ainda conforme o dr. Saulo Dentista, em breve, a cidade vai inaugurar a UPA de Calmon Viana. Já sobre as Unidades de Saúde da Família (USFs), o presidente da Comissão de Saúde disse que tudo indica que não haverá mais, já que a nova empresa só vai gerir o hospital. Contudo, ele frisou que a conversa foi informal, e que ainda aguarda respostas da Pasta ao seu requerimento.

Outro vereador que demonstrou toda sua preocupação com a transformação do único hospital da cidade em pronto atendimento foi Luiz Eduardo Oliveira Alves (Podemos), o Edinho. “Isso está dando muito o que falar”, disparou ele.     

No final da discussão, todos os vereadores foram unânimes em convocar a secretária de Saúde, dra. Cláudia de Deus, para esclarecer melhor todos estes assuntos. O documento já foi protocolado e pede que ela compareça nesta quinta-feira, às 19h, para tirar as dúvidas quanto à gestão do CAPs, do Pronto Atendimento Guido Guida, das UBSs, o destino das USFs, como serão feitas estas transições, entre outros assuntos.