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IPCA sobe 0,71% em março, mas fica abaixo das expectativas de mercado

Como resultado, a inflação acumulada nos últimos 12 meses atingiu 4,65%, o menor valor registrado para esse período desde 2012

Leticia Faria

Publicado

há 1 ano

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IPCA sobe 0,71% em março, mas fica abaixo das expectativas de mercado

Foto: Rovena Rosa / Agência Brasil

De acordo com os dados divulgados nesta terça-feira (11), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), usado para observar tendências de inflação, subiu 0,71%. Como resultado, a inflação acumulada nos últimos 12 meses atingiu a marca de 4,65%, o menor valor registrado para esse período desde o ano de 2012.

O aumento que ficou em evidência, foi a alta da gasolina, que subiu 8,33% no mês e teve um impacto individual de 0,39 ponto porcentual no índice. Mesmo assim, o IPCA ficou abaixo do esperado pelo mercado, que era de 0,77% para março. O IPCA de fevereiro revelou uma elevação de 0,84%, porém, em março de 2022, o índice teve uma alta de 1,62%.

No primeiro trimestre de 2023, houve um aumento de 2,09% nos preços, sendo que oito dos nove grupos de preços apresentaram aumento, enquanto o grupo de Artigos de Residência teve uma queda de 0,27%. O grupo de Transportes teve a maior alta em março, impulsionado pela elevação dos preços dos combustíveis, registrando alta de 2,11% e impactando o IPCA em 0,43 ponto porcentual. Em seguida, os grupos de Saúde e Cuidados Pessoais (0,82%) e Habitação (0,57%) tiveram os maiores aumentos de preços.

Recentemente, foi divulgado o resultado dos nove grupos que compõem o IPCA. De acordo com os dados, houve variações diferentes em cada um deles. No grupo de Alimentação e Bebidas, por exemplo, o aumento foi de apenas 0,05%. Já em Habitação, a variação foi de 0,57%. Em contrapartida, no grupo de Transportes, a variação foi bem mais significativa, com um aumento de 2,11%.

No grupo de Saúde e Cuidados Pessoais, a oscilação foi de 0,82%, enquanto em Despesas Pessoais a variação foi de 0,38%. O grupo de Educação teve uma variação de 0,10%, enquanto em Comunicação foi de 0,50%. Por fim, o grupo de Artigos de Residência teve uma queda de 0,27%. Esses números são importantes para entender a inflação e como ela impacta o poder de compra das pessoas.


Reoneração de combustíveis

Em março, a gasolina se tornou um tema de destaque devido à reoneração dos combustíveis anunciada pelo governo federal no final de fevereiro. Anteriormente, o ex-presidente Jair Bolsonaro havia retirado os impostos federais como medida para reduzir a inflação em um ano eleitoral. 

No entanto, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) optou por renovar a desoneração por dois meses, mas reintroduziu parcialmente os impostos a partir de 1º de março. Consequentemente, a gasolina passou a ter um acréscimo de R$ 0,47 por litro, enquanto o etanol foi remunerado em R$ 0,02 por litro.

Após um mês da cobrança, a gasolina registrou alta de 8,33% no IPCA, enquanto o etanol teve aumento de 3,20%. No entanto, no acumulado de 12 meses, ambos apresentaram quedas expressivas de 22,06% e 19,28%, respectivamente.

No grupo de Transportes, que teve um aumento de 2,11% no mês, o gás veicular e o óleo diesel tiveram quedas significativas de 2,61% e 3,71%, respectivamente. Ao contrário dos outros combustíveis, o diesel mantém a desoneração de impostos federais até o final do ano.

Por fim, as passagens aéreas registraram uma queda de 5,32% em março, após já terem recuado 9,38% em fevereiro.

Saúde e Habitação 

Outros dois grupos que merecem destaque são Saúde e cuidados pessoais, que registraram alta de 0,82%, e Habitação, com aumento de 0,57%. Ambos apresentaram desaceleração em março em comparação com fevereiro.

No primeiro segmento, o resultado foi influenciado por reajustes nos planos de saúde. A alta de 1,20% incorpora as parcelas mensais dos planos novos e antigos referentes ao ciclo de 2022-2023, de acordo com dados do IBGE. Já no grupo de Habitação, o destaque foi para a energia elétrica residencial, que teve um aumento de 2,23% no mês, contribuindo com 0,09 ponto porcentual no índice geral.

Mesmo com a bandeira verde acionada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que não adiciona custos às tarifas dos consumidores de energia com base no seu consumo mensal, o aumento foi registrado. Essa bandeira está em vigor desde 16 de abril de 2022. Anteriormente, as bandeiras tarifárias emergenciais, em meio à crise energética, tiveram um impacto significativo no IPCA de 2021.

Serviços

Em março, o Índice Serviços do IPCA teve um aumento de 0,25%, o que tem sido uma das principais preocupações dos economistas, apesar de apresentar uma desaceleração significativa em relação a fevereiro, quando registrou alta de 1,41%. No entanto, a variação em 12 meses ainda está acima do IPCA, alcançando 7,63%.

Por outro lado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado como referência para reajustes do salário mínimo e calcula a inflação para famílias com renda mais baixa, teve um aumento de 0,64% em março, em comparação com 0,77% em fevereiro. O INPC acumula uma alta de 1,88% no ano e de 4,36% nos últimos 12 meses, com uma taxa de 1,71% em março de 2022.

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