Alto Tietê

Ashiuchi garante entrega do Hospital Federal até 2023

Retomada. Primeira fase da obra deve ser entregue em 2022; Fatec também vira realidade e comércio e indústria entrem em fase de crescimento

Vania Sousa

Publicado

há 2 anos

em

Ashiuchi garante entrega do Hospital Federal até 2023

Julia Andrade

Rodrigo Kenji de Souza Ashiuchi é prefeito de Suzano reeleito em 2020 com 77,8% da preferência dos eleitores e também presidente do Condemat - Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat) pela terceira vez. Na política da cidade há mais de 13 anos, foi candidato a deputado estadual em 2014, obtendo 24 mil votos. Em 2016, venceu as eleições, com 82.912 votos válidos, sendo o prefeito mais bem votado da história da cidade. No começo de setembro, ele esteve na Live do jornal O Novo e falou de diversos assuntos, entre eles sobre o desafio da pandemia e da intermediação da compra de vacinas para a região do Alto Tietê. Saiba mais a seguir:

 

O Novo: Sabemos que a pandemia trouxe uma sobrecarga em todos os hospitais da região. Como presidente do Condemat, o sr. poderia fazer um balanço da pandemia na região?

Ashiuchi: Estamos há mais de um ano na pandemia, que não atingiu só a Saúde, mas também outros setores. Com relação aos hospitais da região, nós, do Condemat, dependemos do SUS, que é um sistema integrado. Contamos com um grande esforço de vários prefeitos e prefeitas, pois, no pico da pandemia, o Alto Tietê foi uma das regiões que mais trouxeram respiradores, que mais gerou novos leitos. Tivemos, sim, uma sobrecarga; e quando eu digo do Alto Tietê, eu falo do nosso consórcio, pois são mais de 3 milhões de habitantes, porque temos a cidade de Guarulhos, Santa Branca e mais as outras 10.

Então, a dificuldade de enfrentar a pandemia em diversas realidades foi muito grande, mas graças ao esforço de todos, à ajuda de vereadores, deputados, em parceria os governos do Estado, federal, a gente não deixou faltar nenhum leito para nossa região. 

Abrimos hospitais, como o Arnaldo Pezzuti, em Mogi, o Regional de Ferraz de Vasconcelos aumentou o número de leitos; tivemos atendimento no HC de Suzano, o Hospital de Brás Cubas, em Mogi; em Suzano, nos hospitais como o Santa Casa, vários hospitais de campanha em Mogi, Suzano, Itaquaquecetuba. A gente passou de 100%, 150% de ocupação, mas conseguimos atender todo mundo e, agora, com a vacinação, estamos conseguindo atender melhor ainda.

O Novo: Ainda sobre Saúde e pandemia, como você define o papel do Condemat na intermediação, entre as prefeituras do Alto Tietê e o Estado, no quesito vacinas?

Ashiuchi:O Condemat foi um dos primeiros consórcios a se colocar à disposição para comprar a vacina. Inclusive, nós oferecemos a compra de 400 mil doses na época, que não conseguimos pela questão burocrática, mas a gente já estava preparado para isso. Até porque sempre acreditamos que o caminho, além das medidas de prevenção, é a vacinação. Além disso, temos o GVA, várias câmaras técnicas, uma delas é a câmara de saúde, sempre junto aos secretários da Saúde. A vacina chega, a gente coloca no braço do povo. Todas as cidades trabalham com as suas equipes de forma brilhante, dia e noite, de madrugada, aos finais de semana. 

 O Novo: Ainda sobre o Condemat, como você avalia o trabalho do Consórcio no levantamento de dados e sua relação com a Imprensa?

Ashiuchi: Desde quando eu comecei na gestão do Condemat, esse é meu terceiro mandato, sempre defendi essa relação, porque eu acredito que o papel da imprensa é fundamental. Além de levar a informação correta, a gente leva calma à população, principalmente sobre os programas de vacinação. Acho que houve uma aproximação muito grande, desde as gestões passadas, sempre com respeito junto à  imprensa, que teve papel fundamental na pandemia. Ao longo da pandemia, soltamos boletins diariamente, e isso ajudou muito a trazer calma e organização, não só para a vacinação, mas em todo o enfrentamento à pandemia.

O Novo: Fale sobre a importância do trabalho do Fundo Social de Solidariedade e da Secretaria de Assistência Social durante a pandemia? 

Ashiuchi: Como eu disse no começo da nossa entrevista, a pandemia infelizmente não atingiu somente a Saúde. O SUS foi colocado à prova. Sobre a questão social, quando a pessoa está desempregada, infelizmente, não é porque ela quer. Recebemos um volume grande de pedidos de cestas básicas, mas eu queria, também, colocar aqui o espírito solidário do povo do Alto Tietê e do brasileiro como um todo. O que nós recebemos de doações das cidades, de amigos, de empresas, de pessoas anônimas foi incrível. A pandemia não tem lado bom, mas ela mostrou essa qualidade das pessoas. A gente pede a Deus e Ele sempre abençoa. Oro a Deus para que eles voltem ao mercado de trabalho e recuperem sua vida. 

 O Novo: Um dos setores mais afetados pela pandemia, o comércio agora vai sair da crise? Quais as perspectivas para o futuro?  

Ashiuchi: Apesar da inflação estar aumentando, o preço da gasolina, do butijão de gás, eu acredito muito na recuperação econômica. Eu sou contrário à opinião dos técnicos, acredito que vai ter um aquecimento da economia no final deste ano e no começo do ano que vem, O Estado de São Paulo já mostrou números que vêm crescendo mais do que o próprio País. Eu vejo por Suzano, tem muito investimento grande chegando, apesar de toda a pandemia; obras acontecendo, como a ampliação do shopping, um novo hipermercado. São vagas de emprego. E emprego é mais do que receber salário todo mês, é dignidade. E é isso que a gente quer: dar oportunidades para as pessoas voltarem ao mercado de trabalho.

O Novo: Como andam as obras do Hospital Regional de Suzano? Tem uma previsão de entrega? E o Hospital das Clínicas?  

Ashiuchi: Nós temos um pacote de obras da área da Saúde que queremos entregar até o final da nossa gestão. O Hospital Federal nós vamos estar entregando entre 2022 início de 2023. Somados a ele, nós estamos lutando pela abertura do HC para atendimento em Suzano e região.

O Novo: Como tem sido a atuação da GCM e da PM neste período de pandemia? Muitas festas e aglomerações? Quais os investimentos têm sido feitos neste setor?

Ashiuchi: Nós paramos muitas festas, eventos, bares. Eu fui com a equipe para vários desses eventos. Reforçamos a GCM, armamos a guarda, contratamos mais de 60 homens e mulheres. O canil foi reforçado. Não havia monitoramento na cidade, hoje nós temos o CSI. São dezenas e dezenas de câmeras que fazem o monitoramento do município. Temos uma parceria forte com as Polícias Civil e Militar. Vamos inaugurar uma base de monitoramento lá na Praça João Pessoa. Aproveito para pedir às pessoas muita cautela, pois a pandemia ainda não acabou.

O Novo: Os bairros de Suzano estão sendo muito bem assistidos. Fale um pouco desse trabalho de infraestrutura? 

Ashiuchi: Eu vou deixar claro que Suzano não é uma cidade perfeita, tem seus problemas. Tem 300 mil habitantes com uma linha férrea que passa no meio, mas é uma cidade em constante crescimento. Daqui a três anos e alguns meses, eu vou sair da prefeitura, não vou deixar uma cidade perfeita, mas eu tenho certeza que vou deixar uma cidade muito melhor do que a que eu peguei em 2017. Suzano vem recebendo várias obras. O que nós temos hoje é um projeto, um recorde de pavimentação, foram 150 km; recorde na troca de lâmpadas. Suzano não tinha uma lâmpada de LED e nenhuma lâmpada branca, eram só aquelas lâmpadas amarelas e 40% queimadas. Nós já trocamos 6 mil pontos de LED, Suzano vem colocando as lâmpadas metálicas, vem colocando o wi-fi nas praças. E a gente fazer muito mais. Temos obras importantes para a história de Suzano: já fizemos a Marginal do Una, a Arena Suzano, a Avenida Brasil, nos bairros e vamos lançar um grande pacote de pavimentação para o ano que vem. Estamos fazendo a regularização fundiária, com uma expectativa de mais de 10 mil títulos. A alça do Rodoanel chegando, a alça da Leon Feffer. 

 O Novo: O relançamento do Vôlei de Suzano trouxe um novo fôlego para o esporte. Mas, além dessa modalidade, quais os outros projetos para o setor? 

Ashiuchi: Lógico, a gente vem em uma reconstrução da cidade e uma das coisas que me incomodava muito, até porque eu sempre morei em Suzano, era esse resgate das origens. Tivemos a oportunidade agora: montamos um time de vôlei, de novo, e a gente convida a todos, até porque nessa época de pandemia, queremos recuperar o entretenimento, as oportunidades para você pegar a sua família e ir visitar os ginásios, as arenas. O nosso time tem uma história linda com a cidade, somos tricampeões da Superliga, o maior campeão paulista dos últimos tempos, que voltou depois de 14 anos. Hoje, a Larissa, minha esposa, cuida do SASPE, onde atendemos mais de 24 mil pessoas em diversas modalidades e cursos, enfim, todas destinadas à população de Suzano e não só para a área central, mas principalmente para a área periférica da cidade. 

 O Novo: Como estão as negociações com empresários para a implantação de mais empresas e a geração de emprego e renda na cidade? 

Ashiuchi: Nós temos na cidade de Suzano uma parceria grande com o Sincomércio, com a Associação Comercial, onde a gente tenta buscar novos empresários e nichos de oportunidades para Suzano. Está sendo instalado agora um centro logístico, lá na divisa com Poá, no Miguel Badra, debaixo da divisa com o Rodoanel. A alça do Rodoanel é uma obra que a gente espera muito, porque vai ser um grande gatilho para esse desenvolvimento. Temos empresas de diversos ramos chegando, teremos a ampliação do shopping, bem como a chegada de hipermercados, novas empresas no Dona Benta, quem passa pela Avenida Marengo já vê novas lojas e ‘lojões’, gerando muito emprego para a região. O PAT - Posto de Atendimento ao Trabalhador da Prefeitura serve como uma agência de empregos e isso vem dando muito certo. Muitas construtoras, novas imobiliárias e muita gente chegando, isso gera emprego. 

O Novo: Fale um pouco sobre o programa governança digital e gestão sem papel, lançado recentemente? 

Ashiuchi: Suzano tem um projeto de uma cidade cada vez mais sustentável. Nós temos uma PPP da limpeza urbana da cidade em campo, sendo analisada pelo Tribunal de Contas: vamos colocar na cidade duas usinas, não vai ter aterro mais, não vamos mais destinar o lixo para aterro. Será a primeira usina a gerar energia através do lixo, gerar créditos de carbono, que vamos vender no mercado; e a segunda usina gerará novos materiais, oriundos de resíduos sólidos da construção civil. A prefeitura também lançou um projeto que é o da Gestão Sem Papel, para um uso mínimo de papel na nossa gestão, contribuindo com o meio ambiente, o que é super importante. Acabei de ganhar um prêmio do Governo do Estado, da Educação, por Projetos Inovadores. 

O Novo: Avalie a questão da volta às aulas e fale sobre a importância da Fatec, cujas obras tiveram início dia 30 de agosto?

Ashiuchi: Nós vamos, depois de décadas, ter a Fatec, que vai ser bom não só pra Suzano, mas para o povo de Poá, de Ferraz, com ensino de qualidade e gratuito, somado ao que a prefeitura já faz. Muita gente não sabe, mas temos uma faculdade gratuita, a Uniesp, então, quem quiser procurar, oferecemos seis cursos lá: Engenharia, Pedagogia, Matemática... Suzano vai formar muita gente, que contribuirá para a cidade e para o País.

O Novo: Suzano viveu momentos de terror com o massacre na escola Raul Brasil, em março de 2019. Como o sr. avalia a segurança hoje nas escolas da cidade? 

Ashiuchi: O episódio do Raul Brasil foi um dos mais tristes da minha vida pessoal e política. Foi um massacre, que teve repercussão em nível mundial. Na ocasião, recebemos cartas de várias embaixadas e até do Vaticano. Enfim, é uma dor muito grande. Como é uma escola do Estado, a parceria com o Estado ajudou muito. A Raul Brasil foi totalmente reformada, com dinheiro da iniciativa privada, agora é uma nova escola, com um novo conceito, de período integral. Com isso, contratamos mais de 90 agentes de acesso, que ficam na porta das escolas municipais, ajudando no trâmite de entrada e saída. Parcerias com o Instituto Cultiva, com o Hospital Social, a FGV, hoje temos  um trabalho nas casas, a fim de identificar, logo no início, se alguma criança sofre de algum tipo de distúrbio mental, para dar o devido auxílio.

O Novo: O senhor não acha que proibir ou exigir passaporte da vacinação da população para entrar em locais públicos ou privados seja uma medida um pouco exagerada?  

 Ashiuchi: Eu acredito na vacinação como a principal arma que nós temos contra a pandemia, lembrando que em Suzano é bem diferente do que o pessoal fala em rede social. A gente tá alinhado com o Sincomércio, com a Associação Comercial, então, na área comercial, incluindo os bares e restaurantes, seguem as medidas de proteção, como álcool em gel, máscara, distanciamento social, tudo normal. Já na balada ou em locais com muita aglomeração, nos estádios municipais e eventos com mais de 300 pessoas, a gente vai exigir o Passaporte da Vacinação ou o comprovante acompanhado de um documento com foto. Eu sou a favor da vida do munícipe e, se todo mundo colaborar, tenho certeza que a gente vai diminuir e, alguma hora, zerar os casos. Eu sou gestor da cidade, eu faço o que tenho convicção; eu fui eleito pra isso. Lógico, tem um estudo por trás disso tudo, que comprova esse aumento de proteção.

O Novo: Como tem sido sua relação com os vereadores da cidade? 

Ashiuchi: É muito bom. Eu tenho um respeito, um carinho por eles, que nos ajudam muito. Trabalhamos as emendas propositivas deles, em parceria com o Executivo. Hoje, na Câmara Municipal, nós temos praticamente 100% de apoio, porque todos entenderam, independentemente de partido, que a cidade só ganha. Suzano só caminhou bem de 2017 para cá por causa da parceria com os vereadores. 

O Novo: Sobre seu futuro político, você já pensa em quem vai apoiar ou se vai sair deputado? 

Ashiuchi: Não, eu não sou candidato a nada, à priori, a gente espera terminar a nossa gestão como prefeito de Suzano. Eu vou apoiar todos aqueles que apoiaram o nosso município, todos aqueles que mandaram verba. Com relação ao meu futuro político, lógico, depende do partido, depende da conjuntura estadual, federal. Eu sou soldado do partido, mas a minha meta é fazer uma boa gestão, então, se aparecer alguma oportunidade…

O Novo: Enfim, o que o suzanense pode esperar de seu governo nos próximos meses? Acredita que 2022 será um ano mais fácil para governar? Faça suas considerações finais.   

Ashiuchi: Estamos numa época difícil. Mas minha meta daqui para frente é fazer um segundo mandato muito melhor do que o primeiro, e quem ganha é a população. A gente quer deixar uma cidade cada vez mais pavimentada, com mais saúde, mais educação, com novas oportunidades. Quem pegou Suzano no final de 2016 e compara com o agora já vê uma cidade muito melhor, mas eu tenho certeza que a gente vai entregar uma cidade ainda melhor no final do mandato, à altura da confiança e da credibilidade que todo suzanense depositou nas urnas no final de 2020. Eu tenho certeza que eu e a minha equipe, porque eu não faço nada sozinho, vamos continuar trazendo orgulho para a nossa população.