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Hackers são presos por vazar dados de 200 milhões

 Os criminosos roubaram dados de 200 milhões de pessoas e vendiam para golpistas. Políticos e autoridades estão na lista de vitimas

Lucas Peres

Publicado

há 10 meses

em

Hackers são presos por vazar dados de 200 milhões

Foto: Polícia Civil/DF

Em Brasília, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da 9ª Delegacia do Lago do Norte, prendeu na ultima terça feira (20) dois hackers acusados de roubar dados de milhões de brasileiros, inclusive de autoridades, políticos e ministros.

A polícia avalia que esse seja o maior vazamento de informações da historia do Brasil, com mais de 200 milhões de CPFs, números de celular, endereços residenciais, endereços de e-mail, fotos, assinaturas digitalizadas, cópias da carteira de habilitação, registros de carros, armas e empresas no nome da pessoa, boletins de ocorrência, mandados de prisão, CEP e faixa etária, vizinhos, dados completos de parentes e score em instituições financeiras. Os criminosos também tinham acesso às câmeras de OCR (leitura de placas de veículos) em todo o Brasil permitindo a localização das últimas passagens das vítimas nas rodovias de todo o país e, portanto, possibilitando o acompanhamento de sua rotina.

De acordo com Eric Sallum, delegado responsável pelas investigações, os criminosos vendiam as informações com pacotes de assinatura pela internet chamados “painéis de consulta” para aplicação de golpes pelo valor de R$ 150, R$ 200 ou R$ 350 em criptomoedas para períodos de observação de sete, 15 ou 30 dias respectivamente. As vitimas dos golpes, segundo o delegado, relatavam que os golpistas já tinham diversas informações prévias de suas vidas. Cerca de 1400 pessoas compraram os dados para fins criminosos.

Nem mesmo o governador do DF Ibaneis Rocha (MDB) e diversos ministros do STF escaparam de ter seus dados nas mãos dos criminosos. Outros políticos e autoridades estão na lista, mas a PCDF não divulgou mais nomes de vitimas dos vazamentos. Os criminosos podem pegar pena de mais de 20 anos de prisão pelos crimes de divulgação de segredo, invasão de dispositivo informático, organização criminosa e lavagem de dinheiro.