Guararema

Presidente de Associação da Polícia Militar do Estado fala sobre desvalorização dos policiais e questões enfrentadas na profissão

Atualmente, ele atua como presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado

Mirela Rodrigues

Publicado

há 5 anos

em

Presidente de Associação da Polícia Militar do Estado fala sobre desvalorização dos policiais e questões enfrentadas na profissão

Nesta semana, o presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado de SP, Cabo Wilson Morais, falou ao O Novo sobre questões enfrentadas pelos profissionais da área.  Um levantamento feito pelo G1 em 2017, com base em governos estaduais, e divulgado pela Associação Nacional de Entidades Representativas de Policiais e Bombeiros Militares apontou que a PM de São Paulo, apesar de ser considerada a mais bem preparada do país, tem o 5º pior salário em comparação com os demais estados. Morais trata este ponto como uma desvalorização dos agentes. Outro dado comentado pelo presidente se refere a dívidas. Ele explica que praticamente todos os PMs de São Paulo devem aos bancos, fato que tem ligação com a questão salarial. Devido ao stress e pressão do dia a dia no ambiente de trabalho, despesas, preocupações, ocupação em jornadas duplas - como é o caso de 85% dos profissionais - dentre outros fatores, Cabo Morais explica que muitos policiais enfrentam problemas psicológicos. No ano passado, a corporação divulgou que a cada 15 dias, um policial comete suicídio no Estado. A defasagem de profissionais na Polícia Militar também é preocupante à categoria. O presidente da Associação afirma que apesar de a lei dizer que devem ter 93 mil PMs no Estado, o número alcança os 83 mil. Devido a este quadro, são abertas vagas na área para “corrigir” a situação, mas segundo Morais a solução não é alcançada. Nas palavras do presidente: “aqueles que entram para a escola ficam por um ano na formação de soldados, se formam e vão fazer mais um ano de estágio nas ruas. Após isso, eles passam a trabalhar sozinhos. Ou seja, são dois anos para formar o policial. Até lá, muitos já pediram baixa em razão do baixo salário, morreram, estão acidentados ou foram demitidos da corporação, então não repõe o que deveria”, alega. A Associação é uma forma de prestar assistência aos policiais. De acordo com o presidente, são 70 mil associados, sendo que a entidade possui uma central em São Paulo, além de outros núcleos representativos regionais. Guararema é representada pelo núcleo de Mogi das Cruzes e Jacareí pelo de São José dos Campos. Além de melhorias esperadas, por parte do Governo, o representante da categoria pede que a população valorize o profissional e acredite no trabalho da equipe, vendo os policiais como pessoas que “estão trabalhando para proteger o povo”.  Outro ponto ressaltado pelo Cabo Wilson Morais é a questão dos “trotes” ao Disque Denúncia. Segundo ele, são recebidos por ligação quase 3 mil “trotes” por dia, o que atrapalha o serviço dos agentes.