Brasil
Brasil inicia substituição do papanicolau por exame de DNA-HPV no SUS
Novo teste identifica tipos mais cancerígenos do vírus e deve beneficiar 7 milhões de mulheres até 2026

O Ministério da Saúde iniciou, este mês, a distribuição gradual do exame de DNA-HPV, que passará a substituir progressivamente o papanicolau no rastreamento do câncer de colo do útero pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O novo teste, feito a partir da secreção do colo do útero, é capaz de identificar 14 tipos do papilomavírus humano (HPV) considerados de maior risco para o desenvolvimento da doença.
Com a mudança, o DNA-HPV passa a ser o teste primário, enquanto o papanicolau ficará restrito à confirmação de casos positivos. A implantação já começou em 12 localidades, com um município selecionado em cada um dos seguintes estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Bahia, Pará, Rondônia, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco, além do Distrito Federal.
A meta é que, até dezembro de 2026, a nova forma de rastreamento esteja disponível em toda a rede pública nacional, alcançando anualmente cerca de 7 milhões de mulheres entre 25 e 64 anos.
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a capacidade do SUS deve acelerar a implementação em comparação a outros países que já adotam o exame, como Reino Unido, Espanha e Portugal, que levaram três anos para difundir o teste nacionalmente.
“Estamos aproveitando a infraestrutura criada durante a pandemia para os testes de biologia molecular. Essa estrutura agora será utilizada para o diagnóstico do HPV, permitindo reduzir o tempo de espera e iniciar o tratamento o mais rápido possível. Com diagnóstico mais rápido e tratamento precoce, podemos salvar muitas vidas”, afirmou Padilha, durante o lançamento da iniciativa em Recife.