Na última sexta - feira, 12, foi o feriado nacional da Nossa Senhora Aparecida e muitas pessoas fazem a Romaria, que é uma viagem para aqueles que desejam pagar suas promessas ou rogar por graças. As pessoas, mais conhecidas como os romeiros, se agrupam e seguem a pé ou em veículos diferentes até Aparecida. O Jornal O Novo conversou com Guararemenses e Jacareienses que foram até Aparecida neste feriado para nos contar um pouco sobre a experiência. O taxista de Guararema Mário Luiz de Souza, de 56 anos, contou que a romaria foi
excelente por conta da disciplina dos romeiros: “foi ótimo, tanto na organização, como no companheirismo, tivemos um ótimo grupo de apoio, caminhamos a noite e descansamos de dia”, conta. Segundo o taxista, os romeiros tiveram um grande grupo de apoio para auxiliá- los: “o apoio foi de três carros e dois caminhões; tivemos mais ou menos um total de 80 pessoas caminhantes e apoio”, explica. Os romeiros de Guararema saíram da cidade no dia 11, por volta das 21h, e chegaram a Aparecida no dia 14, por volta das 8 h. A Jacareiense Fabíola
de Lima Azevedo Marques, de 34 anos, conta que a experiência de ir até o Santuário caminhando foi incrível: “foi uma experiência maravilhosa, uma mistura de sentimentos, alegria, satisfação, medo. É um momento de muita reflexão”, conta. A jovem explica que o convite para participar da romaria veio de seu irmão: “tudo começou quando meu irmão e minha cunhada me convidaram para fazer esse agradecimento. Eu tinha muito o que agradecer”, conta a Jacareiense. Quando questionada sobre o que lhe chamou atenção durante a romaria, Fabíola fala sobre o apoio que recebeu: “o que me deixou muito encantada foi o ponto de apoio das pessoas que estão ali dia e noite e sempre prontas para ajudar o próximo nos momentos que mais precisamos, quando achamos que não vamos aguentar, as pessoas parecem anjos”. explica a fisioterapeuta. Os romeiros de Jacareí saíram da cidade no dia 11 por volta das 20h50 e chegaram no dia 13 por volta das 7h, em um grupo de 80 pessoas. A jovem Sueline Paloma Moraes de Azevedo, de 32 anos, que mora na cidade de Jacareí, participou da romaria e explicou que algumas pessoas chegaram em horários diferentes “dependia do estado físico que a pessoa estava, tivemos carro e
apoio que ficava em paradas estabelecidas pelos organizadores da romaria, ao todo fizemos 11 paradas”, explica.
Esta é segunda vez que Sueline participa da romaria “ano passado não consegui chegar, eu e meu marido desistimos em Taubaté, estávamos com muitas dores, e sem condição de continuar a caminhada”, lamenta a jovem. Quando questionada o que deu forças para a j o v e m continuar, Suel i - n e destaca que durante a caminhada “um dava força para o outro, brincando, cantando, para que o cansaço não pegasse. Na parada um ajudava o outro, as p e s - soas que mais tínhamos contato sempre ajudavam o outro, dando remédio, pegando micropore para colocar no pé para não dar bolha”, fala a Jacareiense. A jovem conta que a sua experiência neste
ano foi boa. “ Un s d i - zem que é loucura, mas é muito gratificante, você conseguir chegar até o fim, no caminho param carros para te dar água, tem pontos de apoio que ajuda a renovar as forças para continuar”, incentiva a jovem. Sueline ainda deixa uma dica para as pessoas que assim como ela, não conseguiram chegar até o Santuário “para as pessoas que por algum motivo não conseguem chegar, não fique triste ou se achando inferior ao outro que conseguiu, Deus e Nossa Senhora estão vendo o esforço que a pessoa fez para chegar até onde conseguiu. Eu não
me preparei para fazer a caminhada, e mesmo assim c o n - segui cheg a r , o que me fez ter forças foi a Fé”, encoraja a Jacareiense. O Guararemense Nelson José Claro Akinaga, de 55 anos, foi um dos responsáveis pela organização da romaria que saiu da cidade de Guararema. Esta foi a Sétima Caminhada Amigos da Fé e o homem conta que ideia surgiu em 2013, por meio de um amigo: “em 2013 fomos em cinco pessoas, este ano, acabamos conseguindo reunir um total de 83 pessoas, formando 77 caminhantes, dois cozinheiros, dois motoristas de caminhão e dois policiais, um do Exército e outro reformado da PM”, explica um dos organizadores da romaria.
Nelson conta a importância dos policiais: “tivemos no percurso umas três situações de assalto, onde nosso apoio policial atuou com eficiência e dispersaram os bandidos”, disse. Quando questionado sobre o sucesso da caminhada, Nelson destaca: “o diferencial do sucesso de nossa caminhada, devemos ao grupo de apoio que soube conduzir e manter o pessoal compactado e agrupado, sem grandes distâncias de um bloco para outro”, destacou.
O Guararemense contou ainda que os romeiros assim que chegaram em Aparecida, conversaram sobre um projeto com o Padre responsável: “temos um projeto para a construção de dois banheiros, com duchas, vaso sanitário, lavatório e assento para trocar de roupa. Conversamos com o Padre responsável e ele ficou comovido e agradeceu a iniciativa, dizendo que estavam sem verba para a finalidade”, explica a iniciativa. O armazém Balaio de Gato de Guararema ofereceu apoio aos romeiros. Regiane Lebre, de 67 anos, contou que há vários anos os romeiros passam lá: “ofereço água, banheiros e ligações, uma turma passa todo ano, já há uns 4 a 5 anos”, conta a artesã.
Os romeiros fazem a Rota Luz, que começa em Mogi das Cruzes e após 27,2 km de percurso chegam em Guararema. Na cidade os romeiros caminham 19,9 km até passarem por Santa Branca. O trecho vai até Paraibuna
com 38,87 km. O próximo destino é Redenção da Serra, são mais de 30,3 km. O quinto trecho com 38,5 km vai até Taubaté, o próximo é em Pindamonhangaba e tem 12 km. Para chegar em Roseira, a penúltima cidade da Rota da Luz é preciso andar mais de 24 km. O último trecho tem 10 km. A Rota da Luz termina no santuário nacional, diante da imagem de Nossa Senhora Aparecida.