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Bloqueio de verbas compromete a abertura de vagas e a compra de materiais nos Institutos Federais da região

Alunos do Instituto Federal de São Paulo já sentem reflexos do corte de verbas na educação anunciado pelo governo

Fabiana Uchoas

Publicado

há 4 anos

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Bloqueio de verbas compromete a abertura de vagas e a compra de materiais nos Institutos Federais da região

O bloqueio de 30% da verba na área da educação anunciado pelo governo federal, que era destinado ao pagamento de gastos não obrigatórios, como água, luz e serviços terceirizados, preocupa os Institutos Federais de São Paulo do Alto Tietê. Em nota, o Ministério da Educação afirmou que o corte, comparado ao total de verbas, não passa de 3,4% do orçamento geral das instituições. Os reflexos do corte de verbas já estão visíveis dentro das instituições, pois a situação econômica compromete a abertura de novas vagas, e os alunos podem ficar sem material nos laboratórios. O funcionamento total do IFSP está comprometido, e já estava com alguns improvisos, entre eles a divisão de parte de um dos laboratórios de mecânica com o refeitório, que já invadiu o que deveria ser uma área de convivência para os alunos. Novas vagas não são abertas por falta de salas. O congelamento de recursos não vai prejudicar só os serviços para manter a unidade funcionando e os investimentos nela. A alimentação de cerca de 240 alunos do período integral, talvez seja mantida somente até novembro. O diretor-geral da unidade de Suzano, Breno Teixeira Santos, afirma que laboratórios vão parar. "Algumas aulas, com o passar do tempo, vão deixar de ser dadas em laboratório porque não teremos verbas para isso", diz. Anualmente o Ministério da Educação repassava para a unidade de Suzano cerca de R$ 2 milhões. Funcionando desde 2010, o campus chegou a receber mais verba em anos anteriores. Até agora, os projetos que estão em andamento já tinham sido planejados com o orçamento anterior. A preocupação é quanto às atividades que podem ficar comprometidas no segundo semestre deste ano. "A gente já vem com desenho de cortes desde 2015, então o cenário nosso hoje, não só no campus de Suzano, os contratos estão todos no limite mínimo. Não tem gordura para corte e para dar sobrevida. Então mais contingenciamentos ou cortes, vão de fato levar a gente a suspender serviços", pontua o diretor. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que o bloqueio de 30% das verbas nas universidades e institutos federais se refere apenas a uma parte das despesas chamadas discricionárias, como água, luz, serviços terceirizados e pesquisas.