Guararema

Eleitores relatam experiências de votar fora do Brasil

Fernanda Guimarães

Publicado

há 5 anos

em

Eleitores relatam experiências de votar fora do Brasil

O voto é uma obrigação eleitoral que todos os brasileiros acima de 18 anos devem exercer, isso não é diferente para as pessoas que residem no exterior. Aos cidadãos que vivem em outro país, o voto é exigido apenas nas eleições para presidente e vice-presidente da república. A votação fora do território nacional é organizada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal com um apoio da Rede Consular Brasileira em cada país. Só é permitido votar fora para os brasileiros que transferiram seu título de eleitor, caso contrário, aqueles que embora morem em outro país, mantenham o domicílio eleitoral em município brasileiro, continua sendo obrigatório o voto em todas as eleições, devendo, justificar suas ausências às urnas.
A redação do jornal O Novo foi conversar com imigrantes para saber como funcionará o segundo turno das eleições presidenciais para estes eleitores. Jonatas Andrade, de 25 anos, mora nos Estados Unidos há cerca de sete meses e explica que por conta do título não conseguiu votar neste ano “eu não pude votar este ano, não transferi meu título, para votar é necessário o passaporte e o título atualizados. Então se um dia eu voltar para o Brasil, tenho que pagar as multas ou posso justificar todas aqui”, explica o jovem. Jonatas deixa claro que mesmo não tendo a oportunidade de votar, acha muito significativo o ato “é muito importante, eu fui embora do Brasil para ter uma qualidade de vida, uma boa educação, segurança, saúde, se não fosse essa corrupção, impostos altos, saúde precária, as escolas, eu não teria saído do Brasil, acredito que fazendo minha parte se pudesse votar para um Brasil melhor, um dia eu possa voltar com a minha família”, disse.
A jovem Fernanda Sanches, de 18 anos, mora na Alemanha há 10 meses, e assim como Jonatas não conseguiu atualizar o título “infelizmente não consegui transferir a tempo, então não posso votar, é uma burocracia que tem que ser feita, o procedimento é feito na embaixada brasileira de Munique, e é um pouco complicado”, disse a jovem. Mesmo sem a oportunidade de votar, ela falou sobre a importância do voto “independente de estar no Brasil ou não, além de ser meu país, é onde mora minha família, amigos e milhões de pessoas. É importante, porque esse é o jeito mais efetivo de realmente buscar mudanças para os próximos anos do país”, relatou Fernanda. A imigrante citou ainda sobre o poder de exercer o  direito “o voto foi conquistado com muito suor, principalmente o voto de mulheres e pessoas pobres que não tiveram alfabetização. O país está passando por um momento muito assustador. É preciso prestar atenção nos candidatos, porque vamos todos ser afetados pelos representantes que elegemos”, explicou a jovem estudante. 
Tatiana Setti, 23, mora nos Estados Unidos há dois anos e disse que tem a liberação do título, mas há uma burocracia. "Para votar, preciso ir em um consulado, aqui na cidade onde moro não tem, então devo me direcionar para outra cidade”, contou Tatiana.
 

Fernanda Guimarães é repórter no Jornal O Novo.