Educomunicando
Nativos Digitais

A última edição da pesquisa Tic Kids On-Line Brasil, publicada em 2024, revelou que 93% da população brasileira de 9 a 17 anos é usuária de Internet, o que representa 24,5 milhões de pessoas. Trata-se de uma juventude hiperconectada que diariamente navega no ciberespaço e está exposta à abundância de informações. Algumas são positivas, portanto, agregam aos seus conhecimentos. Por outro lado, há as negativas, e, por sua vez, nocivas a esse público.
No ambiente virtual, esta geração pesquisa, investiga; conversa e se socializa; participa de comunidades de seu interesse; ingressa em grupos que dialogam com seus ideais; busca ajuda às suas inquietações. Por lá, também entra em contato com postagens impróprias, desafios perigosos, publicações ofensivas; interage com más influências. E, ainda, ingressa em redes sociais cuja idade mínima para o cadastro não corresponde à sua realidade.
Segundo o estudioso Mark Prensky, esta é a geração dos “nativos digitais”, por representar aqueles que nasceram em meio à ascensão da internet. Porém, a terminologia não faz jus à prática. Esses jovens não estão preparados para navegar conscientemente no espaço virtual. Eles podem dominar as “habilidades operacionais”, como baixar um aplicativo, proteger o celular com uma senha, decifrar atalhos para determinadas funcionalidades. Mas, quando se trata das “habilidades informacionais”, a maior parte deles não sabe diferenciar uma notícia falsa de outra confiável; um conteúdo patrocinado de uma matéria jornalística. Não reconhece as particularidades dos textos que circulam no ambiente virtual.
É urgente uma alfabetização que vá além da decodificação dos códigos. Ou seja, que perpasse a interpretação, instigue a curiosidade, inspire a investigação. É uma geração criativa, que pode e deve ser protagonista, porém, precisa ser estimulada, para que seus potenciais sejam intensificados. E, assim, além de leitores, tornem-se criadores, aptos a explorar a internet e, sobretudo, para o seu empoderamento.