Mogi das Cruzes
Mogi das Cruzes dispara em índice de dengue no Alto Tietê, com Mais de 6 mil Casos e 10 mortes
Demais cidades estão em estado de emergência; falta de vacinação e a proliferação do mosquito Aedes aegypti agravam a situação
Mogi das Cruzes e Suzano são as cidades mais afetadas pela dengue no Alto Tietê em 2024, somando mais de seis mil casos confirmados, representando cerca de 51% do total registrado na região. As cidades também concentraram sete dos dez óbitos por dengue no ano. Suzano lidera com 3.110 casos, seguida de Mogi das Cruzes com 3.014. Itaquaquecetuba, por sua vez, registra mais de 1,5 mil casos.
Oito municípios da região estão em situação epidêmica, com incidência de mais de 300 casos por 100 mil habitantes: Arujá, Biritiba-Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Santa Isabel e Suzano. Apenas Salesópolis não se encontra em situação epidêmica. Em razão do aumento nos casos, as prefeituras de Guararema, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Santa Isabel e Suzano decretaram estado de emergência e alerta epidemiológico. O decreto de Suzano também autoriza agentes de saúde a entrarem em imóveis para vistoriar focos de dengue.
Em 25 de janeiro, o Ministério da Saúde divulgou uma lista dos mais de 500 municípios que receberiam doses da vacina contra a dengue, destinadas a crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos. No entanto, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) recolheu as doses destinadas ao Alto Tietê que não foram utilizadas e as remanejou para a capital paulista devido ao risco de vencimento no final de abril. Em Mogi, a prefeitura ampliou a faixa etária de vacinação para pessoas entre 6 e 16 anos.
As medidas para combate ao mosquito Aedes aegypti contam com diversas movimentações individuais e conjuntas; para conter a propagação da dengue, recomenda-se evitar qualquer reservatório de água parada em casa, tampando caixas d'água e cobrindo piscinas. Outros cuidados incluem colocar areia no prato das plantas ou trocar a água semanalmente, furar pneus velhos para evitar acúmulo de água, e colocar recipientes como garrafas pet de boca para baixo. A limpeza pública deve recolher objetos potencialmente perigosos. Manter a higiene e a limpeza das áreas que possam acumular água é essencial para prevenir a proliferação do mosquito.
O Brasil atingiu 1.601 mortes confirmadas por dengue em 2024, de acordo com dados do Ministério da Saúde divulgados na penúltima sexta-feira (19). Além dessas mortes confirmadas, outras duas mil seguem em investigação, o que pode elevar o total de óbitos relacionados à dengue para 3,6 mil, considerando tanto casos confirmados quanto suspeitos.
O número de mortes confirmadas por dengue em 2024 é 35% maior que o total registrado em 2023, quando 1.179 brasileiros morreram devido à doença. O número de casos ainda em investigação também aumentou consideravelmente: em 2023, apenas 114 ocorrências estavam em investigação, enquanto em 2024 esse número já chegou a 2 mil, um aumento de 1.707%.
Em 2024, o total de casos prováveis ultrapassa 3,535 milhões, mais que o dobro do número de 2023, que foi de 1,649 milhão. Esse aumento reflete no coeficiente de incidência de casos por 100 mil habitantes.